Pages

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A alegria na dose certa!


Compartilho com vocês, a experiência de uma reportagem que fiz para a TV Campus, no Hospital Universitário de Santa Maria sobre o grupo Esquadrão da Alegria. Pude conhecer de perto o trabalho super legal dessas pessoas, que doam algumas horinhas do dia pra distribuir alegria pra pessoas que estão dentro do hospital. As crianças são as mais beneficiadas com isso. Essa é mais uma das experiências que tornam o jornalismo tão apaixonante.




Com o figurino inspirado no filme doutores da alegria, equipados com brinquedos e muita disposição, essa turma realiza duas vezes por semana um esquadrão no hospital universitário de Santa Maria. Levar diversão e momentos de pura descontração é o principal objetivo desses voluntários.

Dr. Pim Pão, Dr. K. Belera, Dra Izzy e Dr. Enf. Cotonete em uma das visitas ao CTCriac.


Desde 2007, o esquadrão da alegria visita principalmente as crianças e adolescentes internados em hospitais. Os acompanhantes, profissionais de saúde e cada pessoa que passa pelos corredores também não ficam de fora. Com a tarefa principal de fazer as pessoas darem risada, os palhaços conversam, se aproximam das crianças e ajudam a construir  um momento mais agradável no hospital, fazendo desse espaço um picadeiro improvisado, onde é permitido brincar em serviço. 



No dia 19.05.12, o Esquadrão da Alegria estreou no Hosp. Mãe de Deus (Ulbra) em Canoas. Os Dr. Maestro, Abobrinha e Salsicha fizeram a festa por onde passaram.


Sorrir é o melhor remédio e isso está comprovado cientificamente. Ele libera a endorfina, um hormônio que produz uma sensação de bem-estar e que alivia a dor. Além disso, rir fortalece o sistema imunológico, aumentando a liberação de células, criando mais defesas para o nosso organismo. Para quem está esperando uma consulta, a brincadeira é uma forma de passar o tempo mais rápido.


Aproveitando o movimento no Hospital Universitário de Santa Maria.

Através da arte do palhaço, o medo que as crianças tem de ir ao médico, diminui e isso facilita na hora do tratamento. Os voluntários do esquadrão da alegria são pessoas normais, que tem suas obrigações e atividades diárias. O diferencial é que eles doam um pouco do seu tempo e ajudam as pessoas que estão dentro do hospital.


 Dr. Enf. Cotonete dando uma carona para Dra. Belha na entrada do HUSM.



Dr. Chico Piurri
Para o empresário, Manuel da Silva, o Dr. Chico Piurri, esse é um trabalho que exige uma atenção especial: “Muitas vezes a gente abre mão, sai do trabalho, larga a família e vem, mas o resultado  que é interessante né, chegar na cama de um hospital e ver um sorriso, as pessoas na hora da saída pedir pra gente não ir embora. Eu faço mais visita na parte da noite. A noite a gente percebe mais ainda essa calmaria do hospital, aquelas pessoas que passaram todo o dia no hospital e a noite tá tudo paradinho e a gente consegue uma coisa bem legal nos quartos. Tu é bem vindo e na saída tu percebe que tu deixou uma coisinha a mais,” ressalta.



Dra. Dimitida

A advogada Giordana dos Santos, a doutora Dimitida, fala que é muito simples realizar um trabalho voluntário, basta ter vontade: “Tem que partir de dentro, tu tens que ter disposição, se dispor a fazer o trabalho, mas não é algo muito difícil de fazer, tu tem que ter um tempo disponível pra ti se dedicar, tu tem que estudar um pouco, até porque tem toda parte da caracterização, da essência do palhaço. Mas é um momento muito agradável de muito crescimento pessoal inclusive e não é difícil é só ter vontade," acrescenta.



Pesquisas mostram que as pessoas envolvidas no voluntariado possuem menos risco de desenvolver doenças e melhoram a qualidade de vida. Fazer o bem faz bem.  O retorno do trabalho voluntário vem diretamente pra quem faz. Quem quiser fazer parte desse time, deve entrar no site www.esquadraodaalegria.com.br e clicar no link, seja também um palhaço. Na hora de voltar pra casa você vai sentir uma sensação de missão cumprida, de levar para as pessoas um remédio que qualquer um pode dar: alegria na dose certa.



Dra.  N Nika e Dr. Abobrinha com anjos da alegria.



Obs: As fotos e legendas foram retiradas do site do Esquadrão da Alegria.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Não tem como esquecer...


Momentos tão especiais ao lado de pessoas especiais. É sabido e (re-sabido) que tudo que vivemos nessa vida gera um baita aprendizado. Os relacionamentos são o tudo que mais tiramos lições. Não digo relacionamento só aquele entre homem e mulher, mulher e mulher ou homem com homem. Esse daí é fato que sempre saímos evoluídos, por pior que seja a situação (né)? Pois é, mas o foco aqui é o relacionamento entre pessoas que buscam a mesma coisa profissionalmente. A oportunidade que eu tive em conhecer essa turminha da TV Nativa não é daqui. (Claro né Felipe é lá de cima.) Aprendi com cada pessoinha. Consegui enxergar o que cada uma tem de especial. Além da prática profissional, o mais importante disso tudo foi do jeito que fiquei e mudei. Sim mudei. Hoje não sou mais o mesmo de um mês atrás. Tu também não és. Todo dia a gente muda. Ou tenta. E pra melhor né. Além do ter que fazer, da obrigação da profissão, o mais legal é fazer aquilo com prazer. Com vontade. Com essa gurizada eu aprendi a trabalhar numa equipe de verdade, que se dedica, corre atrás do que quer e que 24 horas não são suficientes pra um certo chefe com gosto de "musse" de chocolate. (HUUUUM, deu fome) e saudade daquelas sobremesas do restaurante, regadas sempre de muita conversa e risada. As vezes o silêncio tomava conta, pois algumas cabeças nem tavam no lugar ainda. Uma equipe que é unida e sempre ajuda um ao outro. Incentiva e dá ânimo pra fazer as famosas pautas bruxas. Uma equipe que sabe tudo da LIFE e que Deus não levou, apesar das ínúmeras vezes que uma certa jornalista pedia né, TanisA? Entre beiços e viajadas na maionese legais de uma estagiária brava e idealista como eu (a gente consegue ainda Giu) o clima da redação era leve. Tá, leve nem tanto. A presença de um cara carga pesada mudava a situação. Uma carga de trabalho pra fazer. O Michaelito era o pau pra toda obra e não é que ele fazia tudo bem direitinho? Sol e chuva lá tava ele. Em prontidão. SENTIDO! (Daqui uns meses vou escutar alguém pronunciar isso né Zacarias?). E falar da coelhinha mais pulante que veio animar nossas tardes. Uma alegria contagiante. Deus do céu, até hoje eu penso que ela chega em casa e põe a bateria pra carregar. Essa equipe me ensinou a testar minha paciência, minhas lerdezas e dúvidas que ninguém entendia. Me ajudou a crescer. Mesmo depois de algumas caídas básicas de uma cadeira mestre, a gente levantava e continuava o trabalho com a cabeça erguida! Cada dia era um desafio. O desafio da pauta, do microfone, do carro, das fontes, do texto... xiiiii, desafio era o que mais tinha. É isso que eu mais gostava. O desafio me excitava. Por isso eu digo, se você faz aquilo que gosta, com o coração, vale muito a pena e o trabalho se torna um prazer (mesmo cansando e estressando). Mas chegar em casa e deitar a cabeça no travesseiro com o dever cumprido, não tem preço. As oportunidades somos nós que fizemos, ELE dá apenas uma mãozinha. Nada é por acaso. Meu coração tá batendo feliz mas ao mesmo tempo com um aperto enorme. Meus dias já não são iguais. Sinto falta do clima. A gente vicia poxa. Vicia que nem as balas e trilhas sonoras escolhidas a dedo. Como eu disse, é um até breve. Quero poder dividir com vocês ainda muitas coisas. Obrigado pelo simples fato de terem entrado na minha vida. Vou lembrar sempre de vocês. Meus colegas e amigos. Vocês vão longe. Nunca desistam do seus sonhos. Levo comigo sempre: QUEM ACREDITA SEMPRE ALCANÇA! Tenham certeza disso, mas tem que acreditar mesmo tá? de verdade! Que vocês tenham muito mais sucesso e trilhem caminhos inimagináveis. É só pegar o elevador e parar no quinto andar na sala 504. Salas bem altas esperam por vocês! 



quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Filosofia no jornalismo, para quê?




O que é filosofar?

Filosofar faz a gente pensar. Gera uma transmutação do nosso consciente. A capacidade que a filosofia possui de fazer o sujeito pensar, se mostra como um grande desafio. Para filosofar é preciso raciocinar, e convenhamos: atualmente muita gente não está a fim disso. Uma geração totalmente digital, que acorda, almoça e dorme na frente do computador, vive 24 horas por dia em função dele. Assim é fácil pensar. Vou ao Google, não sei o que significa tal palavra e em segundos já tenho a resposta bem ali na minha frente. É lógico que não podemos deixar de lado os inúmeros benefícios que a rede proporciona, mas que ela não ajuda o sujeito a pensar, ah isso eu tenho certeza! Digo isso grosseiramente, pois pouca gente lê algo e reflete, ou melhor, raciocina com profundidade. Por isso a filosofia é importante nas nossas vidas. Parece que nos torna mais humanos, mais sensíveis sobre a realidade que nos cerca. A oportunidade que tive durante este semestre na disciplina de Filosofia da Comunicação, foi maravilhosa. Conheci filósofos como Nietzsche, Foucault e Deleuze. Minha cabeça logo depois das explicações do professor Geder, saía a mil. Deitava e meus pensamentos giravam. O que é verdade? A filosofia e o jornalismo têm isso em comum: a busca pela verdade. Existe objetividade no jornalismo? O que é bem e mal?

Pra que serve a filosofia no jornalismo?

Fazendo um balanço geral, me perguntei: afinal para que serve a filosofia no jornalismo? Além de proporcionar uma formação humanística sólida, a filosofia tem o propósito de fazer o futuro jornalista se auto-criticar, não se tornar apenas um robô impregnado de técnicas. É ela que vai te dar base pra editar uma matéria e fazer perguntas interessantes. O sujeito precisa da filosofia pra ter discernimento na aplicação dessas técnicas. Quando se escreve um texto, se escolhe uma pauta, uma fonte, tudo envolve uma questão em que a filosofia se encaixa. A filosofia aliada à antropologia, a sociologia e a psicologia são bases imprescindíveis para uma carreira jornalística de qualidade. Alguns aforismos que gostaria de ressaltar: Para a filosofia, a realidade não pode ser aferida pela visão, não é o olhar que determina o real. Então a partir desse aforismo eu me pergunto: o jornalista quando presencia algum fato como testemunha ocular, logo depois que passa essa informação para o público, ele está revelando a verdade como ela é? Se partirmos do que a filosofia diz, ele não estará mostrando a realidade. Mas toda notícia ou reportagem consegue mostrar 100% da realidade? Entra aí a questão do subjetivismo. É importante destacar que não podemos confundir objetividade com antônimo de subjetividade. Objetividade não é oposição a subjetividade. Objetividade é o sinônimo para clareza e até na subjetividade o jornalista deve ser objetivo.  Toda vez que o profissional de jornalismo veicular a informação que presenciou, estará sendo subjetivo nas suas palavras, na escolha do seu tipo de texto. A verdade como ela é, será vista de maneira diferente por cada um. O que nós tentamos fazer é mostrar a realidade próxima ao que de fato ela é. Temos uma obrigação, um compromisso social em sermos claros, de nos fazermos entender. Sempre tive em mente que ao fazer jornalismo, eu poderia ajudar as pessoas a encontrar a verdade. Mostrar a elas que é possível mudar o mundo em que se vive. Eu posso fazer as pessoas chegarem perto da verdade, mas encontra – lá, vai depender de cada um. A apresentação do seminário sobre retórica jornalística me faz lembrar uma parte em que o autor, na qual eu não lembro o nome, diz que a verdade jornalística é muito questionável. Ao darmos crédito a fonte, como vamos saber se essa fonte tem uma verdade inquestionável? Quando a gente fala do jornalismo que busca a verdade, temos que encarar isso como uma persuasão através da fala. As notícias não são a realidade, nem o seu espelho.  Hoje em dia o jornalista não é mais um especialista, ele virou um generalista, um profissional com a visão do todo. Por isso a filosofia é mais importante ainda. Ela nos ajuda também a pensar na ética. É possível equilibrar a ética de convicção com a ética de responsabilidade? É difícil, mas não impossível. Estamos vivendo na era, onde o jeito de fazer jornalismo, o ethos, está mudando e o jornalismo da objetividade cumpriu sua missão.  A informação que o leitor procura saber requer cada vez mais apuração. Não se faz jornalismo sentado em uma cadeira, mandando e-mails e telefonando para as fontes. É necessário ir às ruas para ter mais veracidade sobre os fatos. 

A filosofia fora da academia

Nas discussões em sala de aula, pudemos fazer reflexões importantes sobre a nossa profissão e o mercado de trabalho. O dilema mercadológico ainda é um fator muito difícil de ser vencido. Não podemos deixar que o ideal que é construído aqui na academia, se desfaça quando começarmos a trabalhar. Não podemos ficar a mercê das grandes organizações. É preciso batalhar para buscar o nosso lugar ao sol e acima de tudo um sol que possa radiar ao máximo de pessoas possíveis. Não deixar que os bens externos desvirtuem o nosso jeito de fazer jornalismo. A filosofia pode contribuir para essa transformação. Ela tem a capacidade de fazer com que o sujeito possa olhar as coisas sob óticas mais profundas e assim levar ao maior número de pessoas, o poder de tornar o homem mais humano e menos máquina. Ao conhecer idéias de outros pensadores, confrontar com a nossas já impostas e pré-estabelecidas pela sociedade, por que não construir uma nova forma de pensar, ou melhor, por que não trazer um novo formato de jornalismo?  Filosofar requer vontade. Uma vontade de poder talvez, segundo Nietzsche. Uma vontade de viver a filosofia com o mesmo impulso de se viver a vida. O jornalismo por tratar da sociedade, deve embasar-se cada vez mais com a filosofia. Quando tivermos sujeitos amplamente capazes de filosofar enquanto fazem jornalismo, teremos uma profissão mais dignificante. A filosofia está mais presente no jornalismo do que pensamos.



*Reflexão filosófica para a disciplina de Filosofia da Comunicação da Universidade Federal do Pampa